Ensinando as crianças a pesquisar

A escola deve ser o ambiente que atua na formação do aluno, fazendo com que se tornem sujeitos que procuram, investigam, questionam, ponderam e produzem conhecimento. Apenas transferir conhecimento faz com os alunos se tornem passivos, não permitindo - lhes a busca pelo conhecer, pelo criar e construir novas ideias.

Desta forma a pesquisa se torna um importante recurso na educação, e assim sendo, uma ferramenta rica onde o professor pode auxiliar seus alunos na busca pelo saber. Mas será que ensinar a pesquisar é apenas levar os alunos até a biblioteca ou laboratório de informática?

Quando esta forma de encarar a pesquisa ocorre, os alunos não compreendem como selecionar a informação, ainda mais quando acessam a internet, que por sua vez disponibiliza uma quantidade muito grande de informações. E depois de pesquisar, o que fazer com as informações coletadas, para que tenham sentido na aprendizagem do aluno?

De acordo com uma entrevista realizada pela Revista Veja com o José Manuel Moran, é necessário que haja uma “pesquisa focada”, ou seja, precisamos ensinar nossos alunos a selecionar a informação mais confiável, sabendo o que busca e então depois, comparar as informações obtidas em dois ou três sites.

O Instituto Veritas, elaborou uma sequência para orientar a pesquisa com os alunos na internet, e esta sequência contempla o que José Manuel Moran diz sobre ensinar a pesquisar, através de uma pesquisa focada e a aprenderem a selecionar e comparar a informação.Segue abaixo as cinco etapas para o desenvolvimento da pesquisa:

1. Faça uma boa pergunta para seu aluno. Procure instigá-lo para que este tenha curiosidade em procurar o assunto. Cuidado com assuntos muito amplos, faça perguntas mais diretivas. “Esta pergunta não deve ser abrangente a ponto de produzir respostas genéricas ou apenas optativas, contudo, não pode ser muito específica, exigindo do aluno conhecimentos específicos e técnicos do assunto.”

2. Indique fontes seguras para seus alunos. Além de indicar, precisa também alertá-lo da inconsistência de certas informações, ensinar a confrontar com outras fontes.

3. Orientar para interpretar – Neste momento é necessário que o professor oriente seus alunos a fazer pequenas anotações para que estas possam ajudá-lo a interpretar a informação obtida na pesquisa em diversas fontes.

4. Ajudá-lo com um pequeno roteiro de informações. Neste momento o professor pode combinar com seus alunos pequenos roteiros de pesquisa, indicado caminhos, sites, enciclopédias, e também confrontar com livros que tenham o mesmo assunto em questão etc.

5. Orientar para uma produção escrita: É importante que as informações obtidas na pesquisa depois da interpretação dos dados,que estes sejam transpostos para uma produção de texto. Hoje, com o acesso a internet os alunos costumam copiar e colar e acabam nem lendo o conteúdo do mesmo, portanto, produzir um texto com as informações coletadas, que foram direcionadas pelo professor, será um meio deste não copiar. Fazendo com que ele produza pequenas sínteses, resumos da sua busca e confrontadas com diversas fontes.

6. Socialização do conhecimento. Quando socializamos algo que aprendemos, guardamos mais e melhor as informações. Portanto, promover debates, pequenos seminários, construir livros digitais com a turminha são formas de produzir conhecimento, que é também uma das funções do uso das novas tecnologias na escola.

Seguem abaixo também algumas dicas de pesquisa, para que haja mais segurança para crianças com relação ao conteúdo proibido para menores.

1. Digite uma palavra chave entre aspas. Ex: “dengue”

2. Digite o assunto que você deseja procura com um sinal de mais “animais+estimação”

“Nós precisamos cultivar a autonomia da aprendizagem nos nossos estudantes, para que, quando eles saírem para o mundo, depois do ensino médio, na faculdade, na carreira ou na vida, eles saibam como pesquisar e pensar criticamente”.
Anne Arriaga, membro da equipe de educadores do Google.